SEFTON, Basil

Natural de Salvador (Bahia), 17 de dezembro de 1884. Filho de Kaster Wilson Sefton (inglês) e Adelina Moutinho Sefton (brasileira). Diplomou-se Farmacêutico em 1907 e m Medicina pela Faculdade de Medicina e Pharmácia de Porto Alegre, em 1909, com a tese “Opsonotherapia”. Participou da Missão Médica Brasileira no posto de 1º tenente médico, enviada à França em 2 de agosto de 1918, exercendo a função de médico chefe da 2ª Divisão de Doenças Contagiosas e Tropicais, do Hospital Geral de Montferrand, França. A partir de 1925 atuou como Professor da Faculdade de Medicina de Porto Alegre, na cátedra de Doenças Tropicais e Infecciosas, antes chamada de patologia tropical. Neste mesmo ano foi nomeado Secretário no sul do Brasil da “Royal Society of Tropical Medicine and Higiene of London”. No ano de 1926 foi indicado para regente da Cadeira de Botânica Geral e Sistemática Aplicada à Farmácia. Participou da Revolução de 1930, na zona de operações de guerra com o posto de Tenente-Coronel Médico, dirigindo o serviço de profilaxia antimalárica e outras epidemias, e chefiando o Hospital de Sangue, instalado na cidade de Castro (PR). Também atuou durante muitos anos, como médico da colônia inglesa de Porto Alegre e dos marinheiros e tripulantes dos navios da empresa Wilson Sons McCornic, de propriedade da Inglaterra. Em 1931, foi Diretor da 16ª Enfermaria da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e, no mesmo ano, Chefe da Secção do Instituto Oswaldo Cruz, em Porto Alegre. Em 1932 recebeu nomeação como Professor Catedrático da Cadeira de Clínica de Doenças Tropicais e Infecciosas, defendendo duas teses “As endemias do Brasil e sua Profilaxia” e “ A Lepra Lepromatosa”. Durante sua vida acadêmica e profissional, teve longa prática nos hospitais de Londres, de Paris, de Viena e de outras entidades de prestígio mundial, onde fez diversos cursos teóricos e práticos de medicina. No Brasil, sob o patrocínio do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, fez o Curso de Demonstrações Práticas de Cirurgia de Guerra. Foi assistente do descobridor da penicilina, Alexander Fleming, em um laboratório de Londres, e em 1944 defendia no Brasil que a penicilina iria substituir as sulfas no tratamento de diversas doenças. Por seus relevantes serviços, foi contemplado pelo Governo do Brasil com o Diploma da Cruz da Campanha de 1914-1919, e Diploma da Medalha da Vitória, pelo Governo Francês. Entre outras titulações recebeu o Diploma de Legionário Construtor das Obras da Catedral de Porto Alegre, sendo sócio fundador do “The British Club” (1923), sócio honorário do Club do Comércio, da Protetora do Turfe (1925) e, por derradeiro, foi membro e presidente do Rotary Club de Porto Alegre. Foi autor de diversas obras e trabalhos de cunho científico como: Entamoeba Hystolitica Amebiose - Tese para concurso a Docente Livre da Cadeira de Medicina Tropical; Endemias do Brasil e suas Profilaxias - Tese para concurso a catedrático da Cadeira de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina de Porto Alegre (aprovado com distinção); Contribuição ao Estudo do Diabetes no Rio Grande do Sul - publicado na Revista Médica do Estado do Rio Grande do sul, edição de maio de 1928, onde é citado um trabalho seu inédito, apresentado no IX Congresso Médico Brasileiro, no qual se verificou que foi o primeiro a fazer uso da insulina no Brasil (23 de junho de 1923) e talvez na América do Sul.

 

 

LAITANO, Genaro; LAITANO, Nicolau; Ruas de Porto Alegre: MÉDICOS HOMENAGEADOS com seus nomes. Porto Alegre: EST Edições, 2017. p. 55-59.

DI RUSSO, Berlane. Nome de Rua - Personagens e Lugares das Ruas de Porto Alegre. Porto Alegre: EST Edições,2002, p,45.

Arquivos da FAMED/UFRGS. Noticioso no jornal Correio do Povo, edição datada de 7 de dezembro de 1920. Revista de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul, edição de maio de 1928.

Relatos Biográficos do Vereador Aloísio Filho, na Sala de Sessões Otávio Rocha, da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, datada de 17 de outubro de 1976.

FRANCO, Álvaro; RAMOS, Sinhorinha Maria. Panteão Médico Riograndense: síntese cultural e histórica. São Paulo: Ramos e Franco Editores, 1943, p.564

https://seer.ufrgs.br/riograndemed/article/view/28570/17252

Jornal A Noite, Rio de Janeiro (RJ), 15 de janeiro de 1944, p.9.

 

 

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